Direitos de audiovisual e fonogramas 2019 ficarão a pagamento durante o primeiro trimestre

A GDA vai antecipar a distribuição de direitos conexos Audiovisual e de Fonogramas relativos a 2019. Inicialmente prevista para junho, esta distribuição ocorrerá ainda durante o primeiro trimestre do ano.

Nos primeiros dias de confinamento, perante o cenário catastrófico criado pelo cancelamento de espetáculos e pela radical diminuição das fontes de rendimento dos artistas, a GDA assumiu como prioridade a urgência de colocar um mínimo de liquidez no bolso dos artistas.

Entre as várias medidas contempladas no Plano de Emergência de Apoio a Artistas (AARTE) para ajudar a enfrentar a crise, a primeira a ser tomada foi a antecipação, de junho para abril, dos pagamentos das distribuições de direitos Audiovisual e de Fonogramas relativos a 2018.

De igual forma e pelas mesmas razões, também as distribuições de direitos Audiovisual e de Fonogramas relativos a 2019, originalmente previstas para junho de 2021, serão antecipadas para o primeiro trimestre.

Consequência desta antecipação, os valores creditados nas contas correntes em avanço sobre a distribuição de 2019 deixarão de estar disponíveis para levantamento a partir do dia 29 de janeiro.

Os artistas que ainda queiram beneficiar do avanço, poderão, por isso, proceder ao levantamento, até essa data.

Obrigado, Carlos, pelo enorme e solidário Artista que foste!

Homem da cidade, do país e do mundo, homem de princípios e ideais, sabia com humildade que os debates, confrontos e causas são menos para os poucos que gozam de fama e sucesso e muito mais para os tantos que quotidianamente labutam pelas artes e cultura.

Carlos do Carmo
1939-2021

O novo ano começou por levar-nos uma das figuras maiores da nossa moderna cultura popular.

A personalidade artística de Carlos do Carmo, fortemente ancorada na tradição, manteve-se sempre aberta ao contacto e diálogo com os mais variados géneros e estilos musicais, do tradicional ao music-hall, do jazz ao erudito, abrindo o universo do Fado ao mundo e à diversidade criativa. O seu rigoroso carinho pela palavra – de que a irrepreensível dicção era apenas a face visível – logrou trazer igualmente para a nossa Canção nomes maiores da poesia e da literatura, ao longo de uma discografia de quase seis décadas de intenso trabalho.

E era um Amigo também.

Homem da cidade, do país e do mundo, homem de princípios e ideais, sabia com humildade que os debates, confrontos e causas são menos para os poucos que gozam de fama e sucesso e muito mais para os tantos que quotidianamente labutam pelas artes e cultura.

A comunidade artística e os membros da GDA têm para com o Carlos do Carmo uma grande dívida de gratidão, porquanto nunca hesitou em colocar o seu nome, prestígio e influência ao serviço da causa comum em sucessivos momentos-chave, politicamente determinantes para as artes e indústrias culturais. Com o seu mister e experiência foi curiosamente dos primeiros a intuir e preocupar-se com a exclusão negocial e a sub-remuneração dos artistas, intérpretes e executantes, que começava a ocorrer e a crescer com a deslocação do mercado analógico para o digital. Que falta e que saudade vamos sentir daquele jeito pausado e ponderado com que, depois de ouvir razões e de um curto silencio, dizia simplesmente “…huumm…deixa-me fazer uns telefonemas…”

Obrigado pelo enorme e solidário Artista que foste!

Até breve Carlos

Pedro Wallenstein,
Presidente da GDA