Apoio Cartão de Compras da GDA: Segunda fase de candidaturas inicia a 15 de maio

A segunda fase do Apoio Cartão de Compras dirigido aos artistas cooperadores da GDA decorrerá entre as 00h00 de dia 15 de maio e as 24h00 de dia 25. A primeira fase que encerrou no dia 5 de maio desencadeou entre os cooperadores um movimento de solidariedade em virtude dos artistas encontram numa situação particularmente fragilizada, decorrente da perda acentuada e/ou ausência de rendimentos.

Na última semana de abril, a GDA lançou o Apoio Cartão de Compras destinado a cooperadores da GDA mais atingidos pela presente crise, no âmbito de um conjunto mais amplo de medidas que compõem o Plano de Emergência de Apoio a Artistas – AARTE.

O Apoio Cartão de Compras consiste na disponibilização de uma verba, no montante global de €500.000,00 (quinhentos mil euros), decorrente da atribuição do apoio em três fases, com referência aos meses de abril, maio e junho de 2020, nos termos previstos no Regulamento do Apoio Cartão de Compras.

Todos os artistas às quais lhes são concedidos os apoios contam com a receção de um cartão de compras de bens essenciais, designado Cartão Dá da Sonae, num valor compreendido entre €150,00 (cento e cinquenta euros) e €200,00 (duzentos euros).

A primeira fase do Apoio Cartão de Compras que findou no dia 5 de maio resultou numa onda de solidariedade entre os cooperadores da GDA, uma vez que demonstraram prontidão na ajuda financeira aos seus colegas de profissão. Os artistas interessados em beneficiarem deste incentivo, numa segunda fase, devem efetuar a sua inscrição entre os dias 15 e 25 de maio, através do preenchimento de um formulário disponível no site da GDA, a partir das 00h00 de dia 15 de maio. Se pretender obter mais informações sobre este apoio, consulte a página “Perguntas Frequentes”.

Artistas solidários

No seguimento da divulgação do Plano de Emergência de Apoio (AARTE), a GDA foi contactada por vários cooperadores que, partilhando o mesmo espírito de solidariedade, nos comunicaram o seu interesse e disponibilidade em contribuir financeiramente para o Fundo de Emergência criado pela GDA, ou para outras iniciativas de cariz social que venham a ser criadas pela GDA durante o ano de 2020 para apoio aos artistas.

A GDA agradece a todos os artistas que através do seu espírito solidário e fraterno contribuíram para o sucesso desta iniciativa.

Dando continuidade às manifestações de interesse e de disponibilidade por parte de muitos cooperadores, a GDA vem informar que os cooperadores e demais artistas interessados em contribuir para o reforço do Fundo de Emergência e para o trabalho de apoio social a realizar pela GDA, poderão fazê-lo através da renúncia – total ou parcial – aos créditos que tenham a receber da GDA durante o ano de 2020, respeitantes a direitos conexos aos direitos de autor.

O procedimento a adotar será bastante claro e simples:

  • Para poder contribuir para o Fundo de Emergência através da renúncia aos seus direitos, apenas terá que preencher e assinar uma declaração, de acordo com a minuta disponibilizada para o efeito – AQUI – através da qual determinará o montante a que pretende renunciar.
  • Para tal, deverá:
    • Preencher a declaração com a informação solicitada;
    • Depois de imprimir a declaração, deve assinar a mesma com a assinatura igual à que consta no cartão do cidadão;
    • Depois de assinada, a declaração deve ser enviada para a GDA por uma das seguintes vias:
      1. Correio Simples
      2. Cópia digitalizada, enviada para o endereço de e-mail distribuicao@gda.pt.
      Neste caso, a comunicação deverá ser enviada, preferencialmente, através do endereço de e-mail do remetente que consta da base de dados da GDA.
      Após a receção de cada declaração, a GDA enviará uma comunicação e-mail para cada remetente a confirmar a mesma, bem como o valor do crédito não cobrado.
  • A GDA, por sua vez, assume o compromisso de utilizar os valores que não sejam cobrados pelos titulares desses créditos única e exclusivamente nas iniciativas do Plano AARTE já divulgadas, ou outras iniciativas de cariz social que venham a ser divulgadas em 2020.
    Declaração de honra da GDA disponível, AQUI.

Dois terços dos espetáculos cancelados em Portugal devido à Covid-19 eram de música

O inquérito lançado pela GDA indica que por cada espetáculo cancelado ficaram sem rendimento, em média, 18 artistas, 1,3 profissionais de produção e 2,5 técnicos. Depois de a ter apresentado em reuniões com o Governo e com o Presidente da República, a GDA vai disponibilizar a informação recolhida ao sindicato CENA-STE e à Associação dos Músicos de Portugal (AMP), grupo informal no qual estão inscritos mais de quatro mil artistas.

Os resultados do inquérito sobre cancelamento de espetáculos lançado em março pela GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas apontam para que cerca de dois terços das apresentações artísticas canceladas devido à Covid-19 tenham sido espetáculos de música – 2.964 concertos cancelados, 69% do total.

Foram também registados pelos artistas que responderam ao inquérito disponível no site oficial da GDA, o cancelamento de 1.048 récitas de teatro (24% do total) e de 100 espetáculos de dança (2%), para além de 175 espetáculos de outra natureza (4%). Segundo as quase mil respostas recolhidas, por cada espetáculo cancelado ficaram em média sem rendimento 18 artistas envolvidos, para além de 1,3 profissionais de produção e 2,5 técnicos.

O inquérito teve como objectivo recolher dados que contribuam para avaliar a situação real vivida no sector das artes do espetáculo em Portugal na sequência das medidas de contingência tomadas para travar a propagação da Covid-19. Os dados recolhidos destinam-se a orientar a GDA no diálogo a manter com as entidades oficiais responsáveis pela criação e aplicação de medidas de apoio aos artistas e às suas estruturas.

“A informação recolhida já foi discutida com a ministra da Cultura e com o Presidente da República, assim como com partidos com assento parlamentar e com presidente da Associação Nacional de Municípios”, afirma Luís Sampaio, vice-presidente da GDA. “São dados muitos relevantes dos setores da dança, do teatro e da música, apesar de admitirmos que estejam um pouco circunscritos, uma vez que 90% das respostas

foram dadas por cooperadores da própria GDA: por essa razão, vamos permitir que outras organizações representativas dos artistas os cruzem com as suas próprias recolhas de informação: o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) e a Associação dos Músicos de Portugal (AMP), um movimento informal de músicos criado em março, no início da crise do novo coronavírus”.

Dos quase mil profissionais do espetáculo que preencheram o inquérito, 67% são músicos; 23% são atores, 6% provêm de outras profissões do espetáculo e 4% são bailarinos. “Os resultados acabam por refletir muito as caraterísticas da relevância da amostra, uma vez que somos uma casa de atores, de bailarinos e de músicos”, afirma Luís Sampaio. “Somados aos dados da AMP e do CENA-STE, os nossos resultados poderão contribuir para a construção de um retrato da situação que seja fiel à realidade dramática que está a ser vivida por muitos artistas em Portugal.”

O CENA-STE é a associação sindical constituída pelos trabalhadores artísticos, técnico-artísticos e de mediação dos sectores do audiovisual, do cinema, do circo, da dança, da música e do teatro, cuja atividade envolve a realização, exibição, preparação, produção e divulgação de espetáculos ou outros eventos performativos e ou de conteúdos audiovisuais e multimédia.

A Associação dos Músicos de Portugal – AMP foi lançada pelos músicos Miguel Gameiro, Boss AC, Marisa Liz, Nelson Rosado, Pedro Fernandes Martins e Tiago Pais Dias, que nas redes sociais formaram um grupo informal de debate e de procura de soluções para a crise que os artistas começaram a viver aquando da chegada da Covid-19 a Portugal, cancelando todos os espetáculos previstos para março, abril e maio. A AMP conta, neste momento, com mais de quatro mil inscritos.