A GDA vai lançar em Lisboa, no espaço Topo Chiado, no dia 1 de Outubro, Dia Mundial da Música, o acesso direto dos artistas que representa ao registo da utilização das suas músicas nas rádios e televisões através do seu portal. O evento contará também com depoimentos de representantes de diferentes gerações de artistas e de géneros musicais como Carlos do Carmo, Tim e Marisa Liz. A apresentação terminará com uma pequena incursão do pianista Júlio Resende pelo universo do jazz e pelo seu novo olhar sobre fado, onde cruza tradição e modernidade e percorre os caminhos da improvisação.
Tanto nos Estados Unidos da América como na Europa, os artistas só têm informação diferida quanto à performance das suas músicas no espaço público através das editoras, de agentes ou de associações que os representem. Portugal será o primeiro país com um sistema orientado para cada artista individual: mesmo que só tenha participado numa única música, poderá ter acesso “online” ao número de vezes que essa música passou nas estações de rádio e de televisão monitorizadas praticamente em tempo real (o “delay” pode atingir uma hora).
A BMAT, empresa sediada em Barcelona, trabalhou em parceria com a GDA para adaptar o software “Vericast” à utilização pretendida. Para Elizabeth Muirhead, diretora de negócios da BMAT, “a GDA é verdadeiramente pioneira. Vai ser líder mundial na disponibilização direta desta funcionalidade à comunidade artística no mundo das sociedades de gestão de direitos musicais”.
“Com a nova funcionalidade que estamos a lançar, cada artista ficará a conhecer qual é a utilização da música que criou, interpretou ou na qual participou como executante. Pode ser muito importante para a gestão da sua carreira saber o que passa mais e o que passa menos, no espaço público”, afirma Pedro Wallenstein, presidente da GDA. “Isto significa uma autêntica revolução na gestão dos direitos dos artistas – em Portugal ou em qualquer outro país do mundo! – numa época em que se instalou a sensação de gratuitidade no acesso aos bens culturais, desvalorizando o trabalho artístico”.
Para Pedro Wallenstein, existem duas grandes preocupações neste trabalho que a GDA está a desenvolver: “a primeira, é estabelecer uma transparência de processos que todos os interessados podem verificar. A segunda, é tornar facilmente verificável aos artistas a forma como esses mesmos processos determinam o modo como, mais tarde, o dinheiro irá ser distribuído entre eles”.
Desde 2015 que o portal da GDA ficou apto a que cada artista faça nele a gestão da sua conta-corrente pessoal, sabendo quanto dinheiro lhe vai sendo creditado, mantendo os seus dados em dia, fazendo declarações de participação em obras e atualizando o seu repertório, nomeadamente através do “upload” das músicas em que participou.
A distribuição pelos artistas do dinheiro que a GDA cobra às rádios e às televisões é rigorosamente proporcional à intensidade da utilização das obras. A partir de 1 de Outubro essa intensidade poderá ser consultada dia-a-dia, sem qualquer custo, numa nova área do portal GDA.