Mais Mulheres que homens nos rastreios da voz

A GDA e a Fundação GDA assinalaram, esta segunda-feira, 16 de abril, o dia Mundial da Voz com mais uma etapa no Rastreio Nacional da Voz, realizado na Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, e com o anúncio público de uma parceria com a Direção-Geral das Artes (DGArtes), que visa criar rastreios específicos para […]

A GDA e a Fundação GDA assinalaram, esta segunda-feira, 16 de abril, o dia Mundial da Voz com mais uma etapa no Rastreio Nacional da Voz, realizado na Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, e com o anúncio público de uma parceria com a Direção-Geral das Artes (DGArtes), que visa criar rastreios específicos para artistas em estruturas de produção artística espalhadas pelo País. Ficou-se também a saber, pela, responsável clínica dos rastreios, Clara Capucho, que, entre os artistas, as mulheres estão mais presentes nos rastreios que os homens.

Durante a manhã, na Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, mais de duas dezenas de pessoas participaram no Rastreio Nacional da Voz. À tarde, no edifício-sede da GDA e da Fundação GDA, assinalou-se o dia com uma cerimónia em que foi anunciado publicamente um protocolo entre a Fundação e a DGArtes.

A intenção desta parceria é, mal o Rastreio Nacional da Voz, atualmente em curso, tenha percorrido todas as capitais de distrito, ampliá-lo a ações específicas dirigidas a organizações artísticas locais espalhadas pelo país.

A GDA organizará esses rastreios junto das estruturas de produção artística regionais, contribuindo a DGArtes com uma colaboração institucional, para os levar, através das Direções Regionais de Cultura, às companhias de teatro, grupos musicais e de canto, bandas e orquestras.

Tendo como responsável clínica a otorrinolaringologista Clara Capucho, coordenadora da Unidade de Voz do Egas Moniz, o Rastreio Nacional da Voz, em curso desde o ano passado, já passou por Lisboa, Vila Real, Bragança, Beja, Portalegre, Faro e Évora, devendo chegar até ao próximo ano às restantes capitais de distrito.

A iniciativa resulta de uma parceria entre a GDA, o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (no qual está integrado o Hospital Egas Moniz) e o Ministério da Saúde à qual agora se associa a DGArtes.

“Esta parceria entre instituições como a GDA, hospitais e o Ministério da Saúde corresponde ao modelo de intersetorialidade que estamos empenhados em desenvolver”, afirmou a diretora-geral das Artes, Paula Varanda, durante a cerimónia de apresentação.

“Para a Direção-Geral das Artes, que trabalha muito diretamente com as comunidades das artes, é um privilégio poder colaborar numa iniciativa como este rastreio, o qual é dirigido, não só ao bem-estar pessoal de cada artista, mas também à qualidade global da sua atividade”, considerou.

Também presente na cerimónia esteve a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Rita Perez Fernandez da Silva. “Continua a valer a pena investir neste projeto. Estes projetos são a alma do centro hospitalar”, disse a responsável.

Clara Capucho, coordenadora da Unidade de Voz do Egas Moniz e sob cuja direção clínica decorrem os rastreios, trouxe à sessão alguns dados. “São sobretudo as artistas, as mulheres, que têm feito o rastreio pelos distritos onde temos passado”, afirmou Clara Capucho, a quem se pode atribuir a autoria do projeto de rastreio dirigido à população em geral e especificamente aos artistas.

A recém-doutorada otorrinolaringologista avançou também que o refluxo gastroesofágico foi a principal patologia encontrada tanto no seio da população em geral como na comunidade artística.

É, porém, no capítulo dos nódulos vocais que mais se percebem as diferenças: “Além do refluxo, há patologias como os nódulos nas cordas vocais, que são utilizados por alguns artistas como uma especificidade do seu timbre vocal, ao passo outras pessoas, como os professores, são sentidos como um verdadeiro problema”.

A GDA e a Fundação GDA têm tido no Hospital Egas Moniz e no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental parceiros inestimáveis na causa dos artistas. E quem trabalha com a voz estes atestam.

“As patologias vocais são tantas que iniciativas como esta se tornam extremamente relevantes”, considerou, à margem da cerimónia, Jorge Bruto, uma referência para quem seguiu o punk e o rockabilly português. “É fundamental que haja uma resposta”, considera o líder dos Capitão Fantasma, banda que este ano celebra o seu 30.º aniversário com uma tournée nacional.

Presente esteve também a atriz Paula Marcelo, que já de manhã havia participado no rastreio. “Este é um apoio muito importante para os artistas, se tivermos em conta que estes são muito precários em termos de rendimentos.”

Segundo a atriz, este género de iniciativa mereceria uma divulgação muito mais ampla por parte das entidades públicas. “Os ministérios da Saúde e da Cultura deveriam articular-se nessa divulgação que deveria anteceder os rastreios.”

“É essencial para uma das classes profissionais mais desprotegidas”, comentou o cantor lírico Jorge Batista da Silva, para quem a voz é muito mais do que um instrumento de trabalho. “A minha voz é a minha vida. Vivo em função da minha voz.”

Foto: A diretora-geral das Artes, Paula Varanda (à esquerda), Clara Capucho, responsável clínica do rastreio, Rita Perez Fernandes da Silva, presidente do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Pedro Wallenstein, presidente da GDA, durante a sessão realizada na sede da GDA.

GDA faz balanço do Rastreio Nacional da Voz Artística e anuncia protocolo com a DG Artes

Este ano, nos dias 16, 17, 18 e 19 de abril, os rastreios no Hospital Egas Moniz vão estar abertos a artistas e a todas as pessoas que o queiram fazer. Sob a coordenação de Clara Capucho, os rastreios poderão ser feitos na Unidade de Voz entre as 9:00 e as 12:00 e as 14:00 e as 16:00, não havendo marcação e sendo o atendimento feito por ordem de chegada.

O Dia Mundial da Voz 2018, a 16
de abril, vai ser marcado por duas iniciativas da GDA – Gestão dos
Direitos dos Artistas, a entidade em que Portugal gere os direitos de
propriedade intelectual de músicos, atores e bailarinos, e da sua
Fundação. O balanço clínico dos primeiros distritos onde foi realizado o
Rastreio Nacional da Voz Artística, iniciado há um ano com base numa
parceria entre a GDA, o Hospital Egas Moniz – Centro Hospitalar Lisboa
Ocidental e o Ministério da Saúde. E o anúncio de uma colaboração com a
Direção Geral das Artes, tendo em vista a ampliação do projeto de
Rastreio Nacional da Voz Artística em curso às estruturas de produção
artística locais disseminadas pelo país.

O balanço clínico e o anúncio serão feitos no dia 16 de abril, Dia
Mundial da Voz, às 15:00, na sede da GDA na Av. Defensores de Chaves,
n.º 46, com a presença da diretora-geral das Artes, Paula Varanda. Na
ocasião será anunciado o protocolo que formaliza a parceria com a DG
Artes que irá permitir os rastreios às estruturas de produção artística.

A médica otorrinolaringologista Clara Capucho, coordenadora da
Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz e colaboradora da GDA há vários
anos, é a responsável pelo rastreio iniciado em Lisboa em abril de 2017 –
e prosseguido nos meses seguintes por Vila Real, Bragança, Beja,
Portalegre, Faro e Évora. Em qualquer uma das cidades, o rastreio foi
dirigido especificamente às comunidades artísticas radicadas nos
distritos, mas aberto a toda a população. É o balanço dessas consultas
que irá ser apresentado.

“É muito interessante verificar o que há em comum e como as
patologias diferem, não só entre regiões, como entre os grupos de
artistas e a generalidade da população”, afirma Clara Capucho. “A
patologia mais generalizada é, sem dúvida, a do refluxo gástrico – comum
a artistas e à generalidade da população. Mas também há patologias como
os nódulos nas cordas vocais, os quais são utilizados por alguns
artistas como uma especificidade do seu timbre vocal e,
compreensivelmente, são sentidos como um verdadeiro problema por parte
das outras pessoas, como os professores, por exemplo”.

Este ano, nos dias 16, 17, 18 e 19 de abril, os rastreios no Hospital
Egas Moniz vão estar abertos a artistas e a todas as pessoas que o
queiram fazer. Sob a coordenação de Clara Capucho, os rastreios poderão
ser feitos na Unidade de Voz entre as 9:00 e as 12:00 e as 14:00 e as
16:00.

A intenção da GDA é, mal tenha levado o rastreio a todos os distritos
do continente e às regiões autónomas dos Açores e da Madeira,
estendê-lo a ações específicas dirigidas a organizações artísticas
espalhadas pelo país. “A GDA está disponível para fazer gratuitamente
rastreios de voz junto de estruturas de produção artística regionais”,
afirma Luís Sampaio, vice-presidente da GDA e o responsável direto pela
organização dos rastreios. “O que contamos da Direção Geral das Artes é
com a colaboração institucional para promover a realização dos rastreios
juntos das companhias de teatro, grupos musicais e de canto, bandas e
orquestras”.

A GDA, através da Fundação GDA – o seu braço para valorizar o
trabalho dos artistas e promover o seu desenvolvimento humano e cultural
e a sua proteção social – tem-se distinguido pela prevenção,
profilaxia, diagnóstico, tratamento e recuperação das patologias da voz
dos artistas que têm nela o seu principal instrumento de trabalho.
Através da colaboração com Clara Capucho (ver anexo), os rastreios
promovidos pela GDA têm tentado colmatar o escasso acesso a diagnósticos
precoces, tratamento e acompanhamento das doenças da voz no Serviço
Nacional de Saúde na maior parte do território nacional.

Por isso, desde maio de 2017 o Rastreio Nacional da Voz Artística
está a ser levado a distritos onde nunca se tinha realizado nenhum,
assegurando desta forma a possibilidade de fazer o diagnóstico precoce
de várias doenças, entre as quais o cancro da laringe.

“Na comemoração do Dia Mundial da Voz de 2018, a GDA e a Fundação GDA
vão relançar a causa da saúde vocal em Portugal, não só para os
artistas, mas para todos os portugueses”, afirma Luís Sampaio. “Para
além da realização dos rastreios, a GDA tudo fará para promover a
articulação da comunidade artística e das suas estruturas de produção em
todo o país com as entidades do Estado, nomeadamente a DG Artes, as
direções regionais da Cultura e o Ministério da Saúde”.