Até sempre Luís Francisco Rebello, pensador audaz, visionário e cidadão do futuro!

A GDA está de luto pela morte de Luís Francisco Rebello, uma figura incontornável da cultura portuguesa, o grande responsável pela criação da legislação nacional do século XX relativa à protecção dos Direitos de Propriedade Intelectual, tendo sido pela sua mão que se fez a consagração dos Direitos dos Artistas na revisão legislativa de 1985, e um inestimável companheiro de luta na defesa dos direitos dos artistas.

“(…) não morre, para si próprio nem para nós, o que viveu para a ideia e pela ideia (…)”, Agostinho da Silva

Recentemente nomeado, na esteira da proposta da GDA, como membro honorífico do Fórum Ibero-Latino-Americano das Artes, Luís Francisco Rebello recebeu esta distinção e homenagem oportuna e justa ainda em vida, pelo seu incontornável percurso profissional, artístico e humano e pelo enorme contributo que têm prestado na defesa da cultura, das artes, do direito dos artistas, da propriedade intelectual e da promoção e desenvolvimento das actividades artísticas e culturais.

Esta é uma grande perda para a cultura em Portugal, mas não obstante seguiremos a rota comum que traçámos para garantir que o “novo ciclo do Direito Intelectual” (como gostava de lhe chamar) irá cumprir-se, certamente sob o seu olhar atento e empenhado – esteja ele onde estiver. Até sempre Luís Francisco Rebello, pensador audaz, visionário e cidadão do futuro!

Sobre Luiz Francisco Rebello

Advogado, dramaturgo, crítico teatral, antigo Presidente da SPA, historiador de teatro e ensaísta, Luiz Francisco Rebello é uma figura incontornável da cultura portuguesa, e o grande responsável pela criação da legislação nacional do século XX relativa à protecção dos Direitos de Propriedade Intelectual e pela consagração dos Direitos dos Artistas na revisão legislativa de 1985. Foi um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC), em conjunto com José Saramago, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares. Presidiu à Sociedade Portuguesa de Autores durante três décadas (1973-2003), especializando-se na área dos direitos de autor. Foi também vice-presidente da Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores. Estreou-se como autor com o drama O Mundo Começou às 5 e 47, traduziu um vasto reportório de peças estrangeiras e realizou várias adaptações e versões livres, incluindo Shakespeare. Em 1971, foi nomeado director do Teatro São Luiz, cargo de que se viria a demitir no ano seguinte por não concordar com as ingerências da Comissão de Censura. Membro honorífico do Fórum Ibero-Latino-Americano das Artes, Comendador pela Ordem do Infante D. Henrique, foi distinguido com as Insígnias de Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito, atribuídas pelo Ministro da Comunicação francês, George Kiejemann; e a Ordem de Mérito, atribuída pelo Presidente Mário Soares.