O músico e compositor, considerado ímpar na música de intervenção, foi membro dos órgãos sociais da GDA, entre 2004 e 2006.
José Mário Monteiro Guedes Branco, mais conhecido como José Mário Branco, nasceu na cidade do Porto a 25 de maio de 1942 e estudou História, nas Universidades de Coimbra e do Porto, curso que não chegou a concluir.
Filho de professores do ensino primário, foi militante de Esquerda, e a ditadura obrigá-lo-ia a exilar-se em França, para onde viajou em 1963. Em 1973, gravou um disco com Zeca Afonso, em Paris — Venham mais Cinco, um dos grandes símbolos de oposição à ditadura portuguesa. Só voltaria a Portugal em 1974.
José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa de intervenção, sobretudo na época da Revolução de Abril de 1974. O seu trabalho também se estendeu às áreas do cinema, do teatro e à ação cultural.
Em 2006 regressou à universidade, para tirar a licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde foi considerado o melhor aluno do curso.
É autor do emblemático álbum Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades (1971), de Margem de Certa Maneira (1973), A Mãe (1978), do duplo Ser solidário (1982), A Noite (1985), Correspondências (1990) e Resistir é Vencer (2004), o último álbum de originais.
O músico foi fundador do GAC – Grupo de Acção Cultural, que entre 1974 e 1977 realizou mais de 500 espetáculos no país e no estrangeiro. Fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades.
José Mário Branco ganhou dois prémios José Afonso, em 1992 e 1996, prémio que distingue e reconhece aquilo que é produzido em Portugal na música.
As cerimónias fúnebres do músico começam esta quarta-feira, 20 de novembro, das 17:00 às 22:30, no salão nobre da Voz do Operário, em Lisboa. O funeral realiza-se na quinta-feira, dia 21 de novembro, à tarde.