A noite de ontem foi assinalada pela cerimónia de entrega dos PLAY – Prémios da Música Portugesa. O evento teve lugar no Coliseu de Lisboa, que celebra este ano 130 anos de uma vida que apesar de preenchida, se encontra agora suspensa devido às repercussões do surto pandémico de COVID-19.
A cerimónia, apresentada por Filomena Cautela e Inês Lopes Gonçalves, foi pautada por momentos de homenagem ao setor e a todos os profissionais que o compõem, e de sensibilização para a situação vulnerável e precária em que todo o meio cultural se encontra atualmente.
“Queremos uma cultura de dignidade e não de caridade, queremos uma cultura com menos ‘drinks’ e mais medidas para todos aqueles que estão a atravessar momentos complicados não só na Cultura; os que têm visibilidade como nós, mas os invisíveis e aqueles que animam espaços como feirantes; é necessário também olhar por eles”, afirmou o músico Pedro Abrunhosa, num apelo endereçado ao primeiro-ministro.
Com lotação reduzida, distanciamento social e utilização de máscaras pelos convidados, a segunda edição dos Play foi dedicada ao apoio às artes e à cultura, mais especificamente ao Fundo de Solidariedade com a Cultura, uma iniciativa criada pela GDA, Audiogest, Santa Casa da Misericórdia e GEDIPE, que visa apoiar, com a maior abrangência possível, profissionais das mais variadas áreas culturais, cuja subsistência foi severamente afetada pela situação de crise pandémica que se abateu sobre todo o setor.
Assim, as receitas da realização deste evento, que decorreram do valor reunido com a votação por chamada telefónica para o vencedor da categoria Vodafone Canção do Ano, reverteram para este fundo, que conta já com 1,35 milhões de euros.
Ao longo da cerimónia, transmitida em direto na RTP1 e na Antena 1, foram também divulgados depoimentos de vários técnicos e profissionais de palco, habitualmente nos bastidores, e que viram a atividade laboral reduzida em contexto de pandemia.
Tomás Wallenstein, vocalista da banda Capitão Fausto, distinguida com o Prémio de Melhor Grupoo e de Melhor Canção do Ano, realça que “o que significa este prémio, para a música portuguesa, é nós estarmos juntos nesta sala. Isto não é uma competição, isto é um momento de união (…)”.
Esta edição dos PLAY primou pela preocupação com a diversidade e representatividade de géneros musicais, introduzindo pela primeira vez o Prémio Melhor Álbum de Jazz e o Prémio Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita, e pelo espírito de camaradagem e reconhecimento da qualidade da música e dos artistas portugueses.
Esta noite contou com as atuações de Lena d’Água, de Papillon com Murta, de Bárbara Bandeira com Kasha, Calema, Ana Bacalhau com Diogo Piçarra, Fernando Daniel com Tainá, Capitão Fausto, e Pedro Abrunhosa com Profjam e com a homenagem de Camané e Mário Laginha, a José Mário Branco.
Os vencedores das diferentes categorias dos Prémios da Música Portuguesa podem ser consultados no site dos PLAY, aqui.